terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

FADO DAS RENDAS DE BILROS

FADO DAS RENDAS DE BILROS
Rendas de bilros são fogo
de açafrão feito luar,
são beijos de maré cheia
nos piques a saltitar.
São gaivotas bailarinas,
são cheiros de cheiro a mar,
Mãos-aventura de fada
no fado de rendilhar.
Rendas de bilros são eco
de búzios de segredar,
são brancas vagas de espanto
nas praias do meu sonhar.
São traineiras de esperança,
são algas aventureiras,
são espuma-sonho bailando
entre as mãos das rendilheiras.
São as mãos de minha mãe
–meu amor, minha alvorada –
sulcando sonho e ternura
nas ondas de uma almofada.

Mariano Calado
Do livro História das Rendas de Bilros de Peniche

2 comentários:

  1. Lindíssimo e muito emocionante este poema das rendas de bilros em conjugação com a temática relativa ao mar de PEniche, não esquecendo as mãos das rendilheiras e da mãe do poeta...
    Uma linguagem cheia de ternura juntando-a às rendas, às conchas, às gaivotas, aos búzios, às treineiras...casamento perfeito este das rendas, do mar, das espumas, das mãos das rendilheiras...associações e metáforas maravilhosas...adoro este poema..é LINDO!
    A POESIA DE MARIANO CALADO É REALISTA MAS AO MESMO TEMPO revela o seu espírito carinhoso e afectivo em que associa o REAL que o circunda à emoção da vivência diária de tanta BELEZA e tanta EMOÇÃO!

    Obrigada por nos trazer esta linda poesia.
    Beijinho lenita

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  2. Que belo Poema!...

    A Lenita já o comentou bem, nada mais acrescento.

    Muito obrigada Mª José.

    Bjs

    Elisa

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