quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Poema de Maria Veleda







Penso que hei-de morrer, ai... brevemente
Pois da velhice pesam-me os invernos;
Que hei-de ascender aos gozos sempiternos,
Aos pés de Deus, magnânimo e clemente.

Em plena luz vivendo alegremente,
Do mundo esquecerei negros infernos,
Meus cânticos soltando, ledos, ternos,
Num poema de Amor, efervescente.

Mas quem há-de amparar-vos, ó meus filhos??
Seguir-vos na aspereza destes trilhos??
Incutir-vos coragem p’ra viver??

Tendes outros afectos... sei-o bem!
Mas não tendes, não tendes outra Mãe...
- Então choro... com pena de morrer!...


Maria Veleda, 1931


Maria Veleda, bisavó da minha Amiga e Colega, Maria José Franca Miranda, foi uma grande lutadora pela Implantação da República e grande defensora dos "Direitos e da Independência das Mulheres".
Mas, para além destes notáveis predicados, foi uma POETISA maravilhosa.
Com um grande abraço de felicitações para a Zé transcrevo, com sua autorização, este poema da sua Bisavó.

Parabéns Amiga.
Beijinho da Lena

3 comentários:

  1. Gosto do poema e reverencio a grande mulher que foi Maria Veleda. O seu exemplo faz nos orgulhosos de ser seus compatriotas.

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  2. Lenita:

    Não conheço a autora deste poema,mas que dá um certo arrepio, gostei imenso!!

    Bjs
    Margarida

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  3. Margarida:

    Por enquanto, os poemas desta Poetisa ainda não foram publicados; daí não a conhecer --- é conhecida sim, mas como uma das Mulheres Famosas que lutaram pela Implantação da República e que lutou pela Liberdade e Independência da MULHER!

    No entanto, os seus POEMAS irão ser publicados, assim que seja possível, pela sua bisneta --- nessa altura conhecê-los á.

    Beijinho da lenita

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